ATENÇÃO: Esse seriado possui cenas de violência e cenas de sexo e nudez
The Handmaid’s Tale é uma série de televisão criada por Bruce Miler com base no romance (O Conto da Aia) de Margaret Atwood. A série foi encomendada pelo serviço de streaming Hulu, a mesma foi finalizada no final de 2016 e a sua estreia foi em abril de 2017. The Handmaid’s Tale é composta por dez episódios com uma média de cinquenta minutos cada, e em seus primeiros três episódios obteve recordes de audiência.
A
série é narrada em um viés distópico onde em um futuro próximo as taxas de
fertilidade caem em quase todo o mundo devido à poluição e as doenças sexualmente
transmissíveis. Em meio a esse caos que o mundo vive nesse futuro próximo, surge
o governo totalitário da República de Gileade, que geograficamente corresponde
aos Estados Unidos da América que se tornou a República de Gileade devido a uma
guerra civil ainda em curso.
A sociedade dentro da Nova República é organizada em princípios de acordo com as
escrituras sagradas, ou seja, é um sistema de patriarcado onde o homem é chefe
de todas as organizações sociais, como ser chefe de estado ou como ser chefe de
família, o papel da mulher se limita apenas a ser submissa às vontades de seu
chefe. Mas a nova república é composta por altos índices de infertilidade, e dentro desses índices se incluem as mulheres de elites e etc. Com isso, surge
a figura da Handmaid, uma mulher designada a estupros ritualizados com o
objetivo de engravidar dos chefes da elite da república. O foco narrativo da
série é em torno da personagem Offred, uma mulher fecunda que é separada de sua
filha e joga literalmente no regime da nova república. Offred é designada a “viver”
na casa de uma família de elite para ter a “dádiva” de engravidar de um dos
lideres da república. A mesma “vive” sobre regras rigorosas e vigilância
constante e qualquer ação ou palavra suspeita pode ser motivo para ela ser
executada.
O
que mais surpreende na série é justamente a semelhança com a realidade mesmo
sendo uma distopia, ou seja, uma situação extrema em um futuro próximo ou longínquo,
a narrativa mostra justamente como a sociedade seria se a extrema direita
religiosa fosse militarizada e ganhasse espaço social e ideológico no país. The
Handmaid’s Tale é a típica série que vem com uma metáfora da sociedade mostrando
como seria se um fator ou situação de ódio extrema tomasse o controle da
sociedade. Refletimos seriamente como os fatores
religiosos pode ser interpretados de forma errôneos ou fanáticos e acabar em
uma histeria coletiva e tornando a sociedade em um meio de classes onde apenas
o homem heterossexual branco religioso mantem o poder, qualquer outro padrão
fora do imposto é errado e o seu destino será a morte.
O
discurso de ódio é a arma principal para a nova república efetivar a sua existência
dentro do meio social e ideológico, mesmo sendo uma distopia, mas não deixa de
ter algo verossímil nesse quesito. Na sociedade de hoje estamos em meio a vários
discursos de ódio, como contra mulheres, negros, indígenas, LGBT's ou qualquer
pessoa que não se encaixe em um padrão social-religioso-econômico imposto previamente.
A série no inicio causa certo desconforto justamente por isso, por tratar de temas que estão presentes em nossa sociedade e apenas fingimos não existir. Foi um sucesso entre o público e a crítica, inclusive recebeu indicações ao Emmy e foi renovada para a segunda temporada em 2018.
A série no inicio causa certo desconforto justamente por isso, por tratar de temas que estão presentes em nossa sociedade e apenas fingimos não existir. Foi um sucesso entre o público e a crítica, inclusive recebeu indicações ao Emmy e foi renovada para a segunda temporada em 2018.
P.s.: a série foi premiada em três principais categorias do Emmy 2017, incluindo a de melhor série de drama e melhor atriz de drama.