Documentário: Gaga: Five Foot Two



Olá, queridos leitores! 

A novidade de hoje é que temos uma convidada para resenha do documentário"Gaga: Five Foot Two", ela se chama Alanna Serafim é uma das minhas melhores amigas e o que tem de tamanho tem de fofura [kkk], vamos a resenha. 



Gaga: Five Foot Two

Gaga: Five Foot Two é um documentário biográfico sobre a cantora norte-americana Lady Gaga. Dirigido pelo artista visual e documentarista Chris Moukarbel, produzido por Bobby Campbell, Heather Parry e pela própria Lady Gaga. O filme teve sua pré estréia em 08 de setembro de 2017 no Festival Internacional de Cinema em Toronto antes do lançamento mundial em 22 de setembro de 2017 pela Netflix. 


Com pouco mais de 1 hora e 30 minutos, apresentado num estilo de cinema verité, o filme documenta os momentos mais importantes da carreira e vida pessoal da Lady Gaga no ano de 2016,todo processo de produção e lançamento do seu quinto álbum, Joanne, e da preparação para apresentação no Super Bowl, considerado o evento com maior audiência da televisão dos Estados Unidos.

Se você é daqueles que está acostumado a vê-la como a polêmica popstar, se apresentando em premiações fazendo coisas mirabolantes (quem não lembra do icônico vestido de carne no VMA?), e espera que o documentário entregue uma diva poderosa, com coisas chocantes, esqueça!

Five foot two tem uma funcionalidade própria, cautelosa e simples com o objetivo de montar subtemas para dar um suporte que atenda as pessoas que é Stefani Joanne Angelina Germanotta. São muitos lugares e pequenos elementos a serem considerados, todos interessantes mas que deixam a obra com o ar de bagunça, como se não existisse um fio de meada costurando os principais eventos, que vão das conversas e convivência da cantora, breves encontros com amigos e familiares, até os ensaios para o grande show, as gravações de Joanne, as sessões de maquiagem, o isolamento, as indicações de desespero e a batalha extremamente dolorosa de se ver, da artista contra a fibromialgia.


O brilho de botas glamurosas de alguém sendo içada e música dramática, que sugere estar vindo mega produção. De repente tudo muda. E é sem maquiagem, meio descabelada, calça de moletom e body simples, é assim que Lady Gaga aparece, e se esconde sem jeito com vergonha da câmera. Claro que não é novidade para ela, mas de alguma forma lhe custa a ideia de ser filmada longe do glamour, bem à vontade, com roupas simples de ficar em casa e rodeadas de pessoas normais que a ama. É até engraçado vê-la ficar tímida. Assim começa Five Foot Two, e se aprofunda aos poucos em seu objetivo, até chegar a um ponto em que, até quem possui uma imagem distorcida da artista há de conseguir enxergá-la sob nova perspectiva!

É bem intenso. Chega a ser estranho porque Lady Gaga já teve a oportunidade de ser mostrada de todos os ângulos, mas nunca de forma ‘nua e crua’ como ela diz e é isso que o Moukarbel  traz, vulnerabilidade, momentos de fragilidade e um ser humano sensível. Também a alegria de quem acaba de se descobrir, de ter aprendido a lidar com sua imagem e perceber que não precisa de fantasia para esconder-se de si mesma. Entre uma pausa para uma xícara de chá ela afirma: ‘ EU Nunca me senti confortável o suficiente para cantar e ser desse jeito que sou agora... ’ ‘Nunca me senti bonita ou inteligente o suficiente ou uma boa artista. Essa é a parte legal agora. Eu não me sentia bem assim, agora sinto. De tudo que mereço, e agora sei que mereço, essa é a melhor de todas. Saber que valho algo e ficar tranquila com isso. ’     


E ela se desnuda, nos dois sentidos. O topless na beira da piscina curtindo o sol durante uma reunião, não há com que se intimidar por estar vestida apenas com a parte de baixo do biquíni, seu poder de liderança é que domina, a força que levou a ser quem é, dona de sua carreira e decisões tomadas sem receio algum, a atriz disciplinada que se prepara e dona das rédeas de sua vida. Somente após um tempo acompanhando seus passos e sua íntima relação e presença familiar, é que nos damos conta da história por trás do álbum Joanne.

As dores...

A dor e a morte ganham vozes na vida de Lady Gaga e revelam suas inseguranças, é e nesse ponto que o longa atinge o objetivo de mostrar que mesmo alguém tão repleta de recursos e sucessos atravessa o que há de mais humano, a dor. Cobranças da idade e as realizações de vida como artista, o amadurecimento e a busca por novos patamares em sua jornada como cantora e compositora são temas abordados de diferentes ângulos por ela, que vai do carinho pelos fãs e tristezas pessoais entrelaçando-se com a vida profissional. A cada nova exigência o documentário indica partes do cotidiano que um artista atravessa a cada novo projeto. Afastando-se vários momentos de sua personagem mas sem renegá-la, deparamos com Gaga sendo dramática, insegura, em pânico, chorando de dor, chorando de solidão. Há contradição, uma hora se diz forte em outra desaba alegando ser apenas uma garotinha. Percebemos onde a Lady Gaga termina e Stefani começa, a linha tênue que as limita, a existência como um Yin Yang, energias opostas se complementando. E lá está a garota do estúdio, a mulher que bate de frente com o machismo da indústria, quando ultimamente vemos a força das mulheres tomando proporções inimagináveis, fica claro: não há mais espaço para desigualdade.

Afinal de contas, é bom?

Para os fãs é um convite para rir e chorar junto com ela (e anote, você vai se emocionar em algum momento), para conhecê-la mais de perto e desmitificar a imagem do mito. Para quem não é fã e espera um musical e roupas espalhafatosas, pode haver decepção, até porque para isso você vai precisar ir a um show. Até vai pintar uma apresentação ou outra, mas a intenção do documentário mesmo é vender intimidade. E garanto, vale a pena assistir!


O porquê de se chamar Five Foot Two? Isso não é explicado pela Lady Gaga durante o filme ( só o fato que descobri que quer dizer 1,57 m, no sistema de medida americano, e que essa é a altura dela). Não precisa conhecer a música, esse é o nome de uma canção famosa dos anos 20, um jazz que aparece discretamente no documentário durante uma comemoração inocente enquanto nossa Lady circula entre parentes e amigos. A letra? Talvez eu já tenha falado demais (risos) Mas conta a história de homem a procura da garota de sua vida, e avisa para todos que se ela aparecer coberta de peles, nariz empinado e usando diamantes, certamente nada dessas coisas são dela, levando a entender que isso não faz ser o que essa garota realmente é. Se você encontrou alguma semelhança, provavelmente não é mera coincidência.

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