Título: Afroqueer existência: dor luta amor
Autor: Pedro Ivo
Ano: 2018
Editora: Padê Editorial
Número de páginas: 99
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Crítica: Oi, pessoas! Essa é minha primeira resenha de um livro, e um livro maravilhosamente político e reflexivo do autor parceiro Pedro Ivo.
O
Livro é uma antologia poética composta por trinta e seis poemas onde o autor
traz uma reflexão sobre as suas experiências de vivência negra e LGBT.
Pedro Ivo adota o conceito de afroqueer
no livro conceito que o mesmo retirou de sua militância dentro do
movimento LBGT, um conceito que traz consigo uma noção de
“autoidentificação de dor, luta e amor” que contrapõe os padrões impostos pela
branquitude e pela heterossexualidade imposta na sociedade.
O
livro começa com um prisma bem amplo pois os primeiros poemas remetes a vários elementos
da diáspora negra no Brasil, com referências ao Iorubá como marca da língua na
escrita e menção aos orixás, esse prisma mais amplo mostra a primeira
identidade do Pedro Ivo, a identidade de negro, e o mesmo usa esse espaço para
se reafirmar com essa identidade.
Seguindo
o livro passamos para um prisma mais especifico que justamente com questões
mais pessoais, agora como homossexual, vemos nos poemas esse grito de
resistência, luta e acima de tudo de amor por sua identidade como homossexual.
Mas a frente no seu livro o Pedro Ivo, faz críticas internas diretas ao
movimento LGBT, pois o mesmo mostra como o movimento está absorvendo esse
padrão de branquitude, e mas uma vez ele ressalta sua voz como resistência. Os
dois últimos poemas do livro trazem consigo uma carga significativa bem forte
pois o Pedro Ivo mostra como dentro do movimento LGBT tem espaço para todos os
padrões, inclusive para as bixas pretas.
O
Pedro Ivo utiliza o espaço literário para se reafirmar as suas posições
políticas, e ele constrói poemas com uma maestria de nos envolver em suas
experiências e consegue desenvolver em nós uma empatia pelas suas lutas. Em sua
obra, o Pedro se consagra como um militante e como um poeta que luta pelo seu
espaço dentro de uma sociedade tão malvada e padronizada.
Abraços <3