Séries: DARK

                             ATENÇÃO: A resenha contém spoilers.

Sinopse: Quatro famílias iniciam uma desesperada busca por respostas quando uma criança desaparece e um complexo mistério envolvendo três gerações começa a se revelar.


A netflix vem com uma necessidade de itens novos em seu catalogo, com isso o serviço de streaming vem apostando em series originais dos países que a mesma faz a distribuição, como o exemplo de 3% daqui do Brasil e Club de Cuervos do México, e com nessa necessidade, a novidade da vez é DARK, de origem alemã o seriado foi criado por Baran bo Odar e Jantje Friese, e sua estreia no serviço de streaming foi no dia 01/12/2017, a netflix disponibilizou toda a primeira temporada em sua plataforma.


O seriado de suspense e terror gira em torno de um desaparecimento de uma criança de uma pequena cidade alemã e como esse desaparecimento está ligado com várias gerações das famílias da cidade. Dark também constrói uma drama policial e um espécie de tratado sobre viagem no tempo.

Em primeiro momento DARK pode lembra outro sucesso da Netflix, Stranger Things, mas passa bem longe de ambas serem parecidas, o único fato que liga ambas é apenas um “desaparecimento de uma criança”, já que ambas partem desse ponto para o desenrolar de suas histórias, em Stranger Things se cria um clima de aventura, união e companheirismo e o elenco consegue vencer todas as dificuldades através dessa união, já em DARK o que se instaurará é um clima de desconfiança já que durante o desenrolar da trama percebemos que todas as personagens são suspeitas e tem vários segredos que lutam para não serem revelados.

DARK, está apoiada muito bem no pilar da desconfiança, pois a todo momento faz que o espectador esteja desconfiando de todos as personagens, já que TODAS tem motivos e segredos que lutam para não serem revelados. Esse clima de desconfiança é bem necessário em DARK pois a mesma traz o conceito de percepção humana do tempo, e como presente, passado e futuro são momentos simultâneos, de uma perspectiva física.



Os pontos negativos da série podem ser numerados em dois, o primeiro é a ousadia da produção e dos criadores em deixar o desfecho das situações e explicações profundas para uma segunda temporada e usando a primeira temporada apenas para algo introdutório e explicação dos contextos das personagens no presente, no passado e talvez no futuro. O segundo ponto é que existe uma preocupação por parte dos criadores e produção em mapear e dá solidez há um plano de fundo da história, é como se eles sentissem a necessidade de criar o ambiente onde se passa toda a trama e esse plano de fundo viaja em presente e dois passados (1953 e 1986), e com isso acaba que não se desenvolve nenhuma personagem a fundo, todos dividem a tela/espaço que por iguais e com isso o espectador não se apega a nenhuma personagem. O espectador apenas cria ódio, raiva e ranço das personagens, como foi o meu caso com a personagem da Hannah, foi a única personagem que me deixou bastante incomodado por ser tão mesquinha em suas atitudes.


Nenhum defeito retira o mérito da fotografia, montagem, da trilha sonora e do impecável roteiro que trata de viagem no tempo sem furos nenhum é digno de aplausos. DARK é um seriado que lhe proporciona uma sensação perturbadora e instigante de entendimento de presente/passado/futuro, a experiência com a série foi algo que me deixou alguns dias bem pensativos porém ansioso para uma segunda temporada.


p.s.: conselho para entender melhor a série: “A questão não é como, quem ou porquê, mas quando.” “A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente. - Albert Einstein”, reflita sobre as duas citações e respostas vão surgir em sua mente.